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Oceanos
© WWF Mozambique

Os oceanos de Moçambique enfrentam vários desafios que ameaçam a sua sustentabilidade e colocam em risco os seus habitats e a vida marinha. A pesca ilegal, a captura acidental de espécies protegidas, a sobrepesca, o abandono de artes de pesca (redes fantasmas) e a poluição estão entre as principais ameaças. Estes factores comprometem a saúde dos ecossistemas e a subsistência das comunidades costeiras que deles dependem.

Por que os nossos Oceanos são importantes?

Os oceanos são uma das maiores riquezas naturais de Moçambique. Com 2.700 km de extensão, a zona costeira e marinha do país abriga uma enorme diversidade de espécies, como peixes, tartarugas marinhas, tubarões, raias e mamíferos marinhos, incluindo baleias, golfinhos e dugongos. Habitats como os mangais, recifes de corais e pradarias marinhas desempenham um papel vital como berçários para muitas espécies e na protecção das zonas costeiras contra a erosão.

Além da sua importância ecológica, os oceanos são essenciais para a subsistência de milhões de moçambicanos. Cerca de 60% da população vive nas zonas costeiras, dependendo diretamente dos recursos marinhos para alimentação e rendimento. A pesca artesanal emprega cerca de 400 mil pessoas, e o turismo costeiro tem um impacto significativo na economia.

O ambiente marinho tem ainda um grande valor económico, com bens e serviços costeiros a contribuírem com cerca de 25% do Produto Interno Bruto (PIB). Actividades como a pesca e o turismo sustentável são fundamentais para o desenvolvimento do país. No entanto, gerir eficazmente os oceanos e costas é um desafio constante, dado o equilíbrio necessário entre a conservação e o crescimento económico.

Os oceanos de Moçambique também desempenham um papel crucial na mitigação dos impactos das mudanças climáticas. Os mangais protegem as zonas costeiras de tempestades e as pradarias marinhas captam grandes quantidades de dióxido de carbono. No entanto, a sobrepesca, a degradação, a poluição e a exploração costeira insustentável ameaçam estes habitats. Proteger os oceanos de Moçambique é vital para a biodiversidade e o bem-estar das comunidades que dependem destes recursos.

SABIAS QUE?

Moçambique abriga uma das maiores áreas de mangais da África Oriental, que se estendem por cerca de 300 mil hectares ao longo da costa. Estes ecossistemas funcionam como berçários para diversas espécies marinhas, essenciais para a subsistência de milhares de comunidades locais. Além disso, os mangais são aliados importantes no combate às alterações climáticas, uma vez que conseguem capturar e armazenar até cinco vezes mais carbono do que as florestas terrestres.

© WWF Mozambique
O que o WWF está a fazer?

O WWF Moçambique está empenhado na conservação dos ecossistemas marinhos e costeiros, desenvolvendo várias iniciativas para garantir a sua sustentabilidade e resiliência:
 
  1. Soluções baseadas na Natureza (NbS): Promovemos a restauração de habitats e a gestão de ecossistemas para mitigar as alterações climáticas. Trabalhamos para reduzir as emissões de carbono através da conservação de mangais e outras zonas-chave, e apoiamos o uso de energias limpas em comunidades costeiras.
  2. Pesca Sustentável e Responsável: Trabalhamos na melhoria da governança pesqueira, combatendo a pesca ilegal e promovendo práticas sustentáveis para reduzir a captura acidental de espécies ameaçadas.
  3. Economia Azul Sustentável: Defendemos a adopção de políticas de economia azul sustentável, incentivando boas práticas ambientais e sociais, bem como a redução da poluição plástica e o respeito pelas normas ambientais nas indústrias.
  4. Conservação Comunitária Inclusiva: Envolvemos as comunidades na gestão dos recursos marinhos, promovendo a co-gestão das pescas e apoiando iniciativas locais que geram rendimentos sustentáveis, respeitando os direitos humanos e a igualdade de género.
  5. Apoio às Áreas de Conservação: Oferecemos assistência técnica e financeira às Áreas de Conservação, melhorando a sua gestão e promovendo a participação das comunidades na protecção da biodiversidade.
  6. Protecção de Espécies Ameaçadas: Trabalhamos para proteger espécies em risco, como as tartarugas marinhas e os dugongos, através de políticas de conservação, educação e investigação científica.