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RELATÓRIO PLANETA VIVO 2020

LANÇAMENTO

No dia 11 de Setembro de 2020, o Fundo Mundial para a Natureza (WWF) apresentou a 13ª edição do Relatório Planeta Vivo (RPV) num evento co-organizado com a Fundação Universitária para o Desenvolvimento da Educação (FUNDE) e a Universidade Politécnica.
 
O RPV é publicado pelo WWF a cada dois anos, desde 1998, sendo uma das principais publicações do mundo, baseada em informações científicas, a retratar como as actividades humanas têm causado impactos devastadores na natureza e na saúde do nosso planeta.
 
Análises recentes indicam que as populações globais de vida selvagem reduziram em cerca de 60% nos últimos 40 anos, em grande parte devido a ameaças e pressões ligadas às actividades humanas. Este é um sinal de alerta de que a natureza está em estado de emergência. Contudo, não é apenas a vida selvagem que está sob ameaça. Esta alarmante perda da natureza, coloca em risco também: a saúde, o bem-estar e a prosperidade de mais de sete mil milhões de pessoas no planeta. E, portanto, uma acção colectiva global urgente e decisiva para mudar este cenário de perda devastadora da natureza é necessária para garantir o futuro da Humanidade.
 
Os anos de 2020 e 2021 representam uma oportunidade única para travar e começar a reverter a perda da biodiversidade, e colocar a natureza a caminho da recuperação para o benefício da Humanidade e do planeta.
 
Líderes de diversas nações apoiaram uma declaração de emergência durante a celebração dos 75 anos da ONU e a Cimeira da Biodiversidade, e nos próximos meses os países deverão rever o seu progresso nos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), incluindo os objectivos relacionados com a natureza. Um novo plano estratégico de 10 anos para a biodiversidade sob a Convenção das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica (CBD) será acordado e o próximo passo será dado em relação ao Acordo Climático de Paris, à medida que os países aumentam e melhoram as suas contribuições nacionalmente determinadas (NDCs). E, portanto, 2020 será o início da década da restauração da natureza!
 
Para unir esforços e alcançar estas metas precisamos de uma acção colectiva global, um Novo Acordo para a Natureza e as Pessoas, que deve reflectir-se num expressivo apoio dos Chefes de Estado em 2020 com vista a fortalecer as metas e mecanismos globais para reverter a perda da natureza, bem como proteger e restaurar a natureza até 2030, em apoio aos ODS e ao Acordo de Paris. Devemos também aproveitar esta oportunidade sem precedentes, para fortalecer substancialmente a Convenção das Nações Unidas sobre a Biodiversidade (CDB) por meio de:
 
  • Uma nova narrativa que posiciona um planeta saudável como indispensável para o desenvolvimento humano;
  • Uma estrutura pós-2020 da CDB com um número menor de metas mas que sejam, ao mesmo tempo, ambiciosas e mensuráveis para mitigar as causas da perda da natureza e contribuir de forma mais eficaz para atenuar as mudanças climáticas;
  • Acções nacionais de todos os países para abordar a perda da natureza que colectivamente se somam ao cumprimento de metas globais fortalecidas. E paralelamente incentivar que acções urgentes sejam tomadas por empresas, governos, jovens, comunidades locais e sociedade civil que, juntos, reverterão a tendência de perda da natureza.
Sendo um país extremamente rico em recursos naturais e biodiversidade, Moçambique tem a oportunidade única de direccionar o seu desenvolvimento para um crescimento verde, justo e inclusivo. Contudo, apesar dos progressos significativos em algumas frentes (exº redução das taxas de mortalidade infantil e materna, aumento do acesso à educação de meninas e meninos e acesso à água), até o momento não conseguimos abordar os desafios críticos associados à natureza e ao meio ambiente. Ainda abordamos o desenvolvimento humano de uma forma insustentável e isolada, com níveis crescentes de desigualdade e uma enorme pressão sobre os recursos naturais. Para cumprir as metas de 2030, é preciso encontrar um caminho de desenvolvimento que esteja dentro dos limites planetários e coloque a natureza, o clima e as pessoas em sinergia.
 
Com vista a sensibilizar e elevar a consciência em relação ao futuro do nosso planeta e do nosso país, bem como reflectir sobre o papel de cada cidadão no compromisso para um Novo Acordo para a Natureza e as Pessoas, o WWF e o FUNDE assinaram, durante o evento, um importante Memorando de Entendimento (MoU). Este acordo estabelece bases para a realização de acções conjuntas para promoção da protecção e conservação ambiental, gestão sustentável dos recursos naturais, investigação e capacitação, e apoio ao desenvolvimento e implementação de políticas efectivas relacionadas com o desenvolvimento e a conservação.